domingo, 2 de setembro de 2012

A venda coberta e a direção do mercado

Muitas pessoas pensam que o sucesso da venda coberta de opções está *diretamente* ligado à direção do mercado. É aquela famosa afirmação de que, para vencer lançando opções, é preciso de uma mercado de baixa. E que no mercado de alta seria a hora de parar com esta operação.

Depende.
Acho isso é uma equívoco. Pensando desta forma, o operador que utiliza a estratégia de venda coberta OTM com intuito de remunerar sua carteira simplesmente irá parar de fazer tal operação em mercados altistas.

Porém, percebam que a questão não é a direção do mercado e sim o operador e seu método.

No mercado de baixa, temos sim a sensação de maior facilidade para ganhar as vendas, já que algumas vezes conseguimos zerar a venda rapidamente, em menor tempo do que esperamos.

Mas não é algo definitivo: "vender OTM só na baixa".
Há de se notar que em mercados baixistas, a volatilidade aumenta e esta sim é a pior inimiga do lançador. Se o operador não buscar lastro, bastará um dia de alta forte para que ele comece a 'passar calor' e acabar zerando (talvez no prejuízo) uma venda que tinha tudo para ser terminada no lucro.

O problema do operador que se baseia na direção do mercado para vender VE é que ele passa a 'seguir a tendencia de baixa' e começa a aceitar lastros MENORES e acaba sendo 'violinado' facilmente.

Pior, ele segue tanto a tendencia, que se o mercado reverter e ele entrar numa de "é só um repiquezinho" e não acionar seu stop, acaba sendo exercido resultando numa venda de suas ações no fundo.

Outra coisa ruim que vejo nos operadores que se preocupam com a direção do mercado em vez do seu método e na constante melhoria do seu jeito de operar é que ele acaba parando de fazer a venda coberta em mercados de alta. Isso faz com que ele perca a oportunidade de ter um plus na remuneração da carteira.

Por isso na minha opinião, avaliar a relação "lastro x tempo x tamanho do VE" mais importante do que a direção do mercado. Isso para quem quer ser vencedor no LP com VC OTM.

Nesta relação, particularmente, dou um peso levemente maior para o LASTRO. Pois é ele quem me protegerá das altas volatilidades em mercados baixistas e me manterá calmo nos tempos de alta.

Ainda que eu fosse dar alguma atenção para o fato do mercado estar de alta, quando fosse o caso, eu olharia de modo mais distante, dando aquele zoom afastado.

Ou seja, tomemos como exemplo a VALE5:

Olhando um gráfico mensal dela (só para ter noção da variação, não é para utilizar para fazer VC), podemos notar que este ativo poquíssimas vezes subiu mais de 12% desde a abertura até ao fechamento de qualquer mês. Mesmo em períodos de altas como os anos de 2007 ou 2009, por exemplo.


É um estudo empírico, não estou olhando para a volatilidade naqueles meses, nem pesquisando o tamanho dos VEs em cada vencimento. Mas consigo perceber que um vendedor coberto que lançou opções OTM buscando lastros de, digamos, uns 10%, foi vencedor na soma das operações de todo o período já que teve que stopar no prejuízo.

E nem estou considerando que a venda não é obrigatoriamente feita na abertura do mês.

Portanto, passar calor em algumas vendas é normal, mas não significa que será stopado no prejuízo.
Se for stopado, normal também.
Importante é que não tome um stop tão grande que devolva o trabalho de meses de venda, às vezes anos.

Esqueça a tendencia.
Esqueça as cotações.
Siga seu método.
Se o método usado for levando em conta 'lastro x tempo x tamanho do VE',
suas chances de sucesso no LP serão enormes!

Boa remuneração de carteira pra todos !

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