domingo, 10 de agosto de 2014

Onde Investir: O Inútil Dilema da Escolha Perfeita

emptyglass / FreeDigitalPhotos.net
É muito comum vermos em sites de economia e até mesmo na TV, pequenos investidores enviando perguntas do tipo:

- Tenho 400 mil na poupança, onde devo investir para ter renda melhor?

- Quero tirar meus 300 mil do CDB e investir em outra coisa, o que escolher? 

O contexto é sempre o mesmo, o investidor (novato ou nem tanto) possui algum capital em poupança ou em algum produto de renda fixa que não está satisfeito e envia sua pergunta para saber "o que é melhor", "para onde ele deve levar aquele capital"...

Como já citei aqui, no artigo "Comparando Banana com Laranja nos Investimentos", não existe "o melhor" investimento, existem investimentos diferentes, cada um com suas características, suas taxas esperadas de retorno e seus riscos.

É óbvio que os especialistas sempre tem alguma resposta na ponta da língua, mandam o incauto pegar tudo e colocar naquilo que tal especialista acredita ser o melhor do momento (arghhh)...

Raciocinemos juntos, não é preciso ser nenhum doutor em finanças para saber que é uma grande furada concentrar todo o seu capital em uma única modalidade de investimento. Isto porque você estaria se expondo 100% naquilo. É mais do que sabido que a única coisa que te protege de verdade é a diversificação

Por isso, esqueça essa busca pelo "melhor investimento". Lembre-se que nós não somos obrigados a investir em apenas UMA coisa.

Se, por algum motivo (até por desconhecimento ou comodismo) você juntou um bom capital, como na poupança por exemplo (que também tem suas vantagens), mas agora decidiu trilhar novos caminhos para ter rendimento real (acima da inflação) comece pelo seguinte:

1 - Esqueça os analistas, gestores de fundos e até mesmo o gerente de banco:

Os (super)profissionais que me desculpem, mas nenhum deles irá cuidar do seu dinheiro melhor do que você

Gestores de fundos fazem o que você pode fazer sozinho e melhor do que eles (embora lhe digam o contrário), afinal, eles ganham para isso. Todos os produtos que fazem parte da lâmina de um fundo, podem ser investidos de forma independente, principalmente ações e títulos públicos. Para usar como exemplo: por qual motivo eu pagaria a alguém, para comprar títulos pra mim via fundos, se eu posso fazer isso com dois ou três cliques com o programa Tesouro Direto criado pelo Tesouro Nacional?

Analistas dão opiniões genéricas e poucos levam em consideração a sua realidade pessoal. Para esse tipo de consulta, você terá que pagar caro por isso. Óbvio e justo, afinal é o trabalho deles. Esteja ciente que a resposta será a mesma a qual você chegaria se tivesse pesquisado sozinho.

O gerente de banco tem como principal função cuidar dos interesses do BANCO, afinal ele é pago para isso. E é ótimo que seja assim, bom para os acionistas dos bancos (inclusive você quando comprar algumas ações destas instituições!)... Mas para você não precisar deles como cliente, você terá que seguir o item 2 abaixo.

2 - Estude

Muita gente irá tentar te convencer a não estudar nada sobre investimentos, obviamente, sua ignorância no assunto pode significar dinheiro para outros. Não caia nessa, aprender sobre investimentos, pelo menos para formação de patrimônio pessoal é mais simples do que parece, você não precisa fazer faculdade para isso. Precisa apenas conhecer as regras do jogo, saber as operações básicas e um pouco sobre operações com percentuais (simples e compostos). Depois disso, para por em prática deverá observar o item 3.

3 - Diversifique

Conforme for estudando e aprendendo, vá investindo aos pouquinhos. Faça isso com diferentes modalidades de investimento, desta forma você estará diversificando. A imensa vantagem disso é que, você se arriscará em partes percentuais as quais você escolhe. Ou seja, em vez de, por exemplo, pegar todo o seu patrimônio que está em poupança e transferir para um título público, de uma só vez, vá aportando aos poucos. 

Está avaliando/estudando títulos públicos? Talvez uma LFT? Conforme vai entendendo, notou que o risco é baixo e aceitou a ideia de tê-la em carteira, pegue um percentual bem pequeno e faça aportes mensais.
Novo exemplo, digamos que você possui 200 mil na poupança, e esse é todo o seu patrimônio, saque 1%, algo em torno de 2 mil e faça seu primeiro aporte nesse título. 

No segundo mês, continua avaliando outro título, agora uma NTNB e chegou à mesma conclusão que, embora possua característica diferente da LFT, esse título também lhe atende. Repita o processo, retire mais um pedaço de 1% e faça agora um aporte neste título.

Vá com calma

Com o passar do tempo, você vai expandindo sua carteira com exposições percentuais reduzidas. Seu risco será baixo e será do tamanho do conhecimento que você tem em cada coisa. Ou seja, assim que você for se habituando com cada modalidade, poderá ir aumentando seus aportes até chegar no percentual máximo que quer de cada um.

Resumindo, independente do tamanho do seu capital, não se esqueça que patrimônio não deve ser girado, que você não deve ficar resgatando tudo de uma coisa para por em outra, isso irá dilapidar seu capital por causa do imposto de renda e da perda do spread (explicarei em outro artigo em breve).

Bons investimentos!

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