terça-feira, 30 de outubro de 2012

Intervenção x Administração Temporária x Liquidação Extrajudicial

Para entender as diferenças podemos observar a situação dos bancos BVA e Cruzeiro do Sul. No primeiro, os clientes já poderão pedir resgate dos valores garantidos pelo FGC - Fundo Garantidor de Créditos - enquanto que no segundo ainda não.

Veja abaixo as diferentes situações:

Banco BVA S.A.

Teve decretada sua intervenção, com ela, o Banco Central nomeia o interventor, que assume a gestão direta da instituição, suspendendo as suas atividades normais e destituindo os respectivos dirigentes. A intervenção é uma medida administrativa de caráter cautelar que objetiva evitar o agravamento das irregularidades cometidas ou da situação de risco patrimonial capaz de prejudicar os seus credores. Tem duração limitada no tempo e poderá ser seguida da retomada das atividades normais da instituição, da decretação da sua liquidação extrajudicial ou da sua falência.

Os procedimentos já foram divulgados, os clientes segurados pelo FGC com créditos até 70 mil reais em depósitos de poupança, CDB, letras imobiliárias, etc já terão direito aos pagamentos.

Se você é credor do banco BVA, leia mais no site do próprio FGC - clique aqui.

Banco Cruzeiro do Sul S.A.

O Banco Central decretou Regime Especial de Administração Temporária (RAET) e em suas empresas controladas nomeando o  FGC  para executar a Administração Temporária.

O RAET é uma espécie de intervenção que não interrompe e nem suspende as atividades normais da empresa, sendo seu principal efeito a perda do mandato dos dirigentes da instituição e sua substituição por um conselho diretor nomeado pelo Banco Central, com amplos poderes de gestão. Também tem duração limitada no tempo e objetiva principalmente a adoção de medidas visando à retomada das atividades normais da instituição. Quando isso não é possível, pode vir a ser transformada em intervenção ou liquidação extrajudicial.

Ou seja, a decretação do RAET não provoca o vencimento antecipado de nenhuma operação ativa ou passiva de qualquer  uma das entidades. Igualmente não gera a ativação do mecanismo de proteção assegurado pelo FGC aos clientes.

O FGC informou que os pagamentos dependem do resultado do levantamento que será realizado pelo Liquidante e que todos os créditos enquadrados nas normas vigentes serão liquidados tão logo o levantamento seja concluído.

Os credores devem aguardar orientações do FGC quanto ao pagamento.

Se você é credor do banco Cruzeiro do Sul, leia mais no site do FCG na página em relação ao Cruzeiro do Sul - clique aqui.

Além dessas duas modalidades de atuação do Banco Central, ainda há a Liquidação Extrajudicial

A liquidação extrajudicial é medida mais grave e definitiva. Destina-se a promover a extinção da empresa quando ocorrerem indícios de insolvência irrecuperável ou quando cometidas infrações às normas que regulam a atividade da instituição. Objetiva promover a venda dos ativos existentes para pagamento dos credores, com devolução de eventual sobra aos controladores ou sua responsabilização pelo passivo a descoberto.

Fonte: Banco Central do Brasil

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quedas na bolsa - E daí?

Este post é marcado pelo dia em que as famosas "ações defensivas" despencaram  na bolsa. Quedas como de Cemig (-19,93%) e Transmissão Paulista (-24,36%) chamaram a atenção de todo o mercado hoje.

O que mais se viu foram sócios minoritários preocupados como se o mundo tivesse acabado. Pessoas que possuem mais da metade de sua carteira de ações formada por empresas de energia elétrica.

Aí surgem as perguntas: a culpa é de quem? Por que isso aconteceu? A bolsa é um perigo?

domingo, 2 de setembro de 2012

A venda coberta e a direção do mercado

Muitas pessoas pensam que o sucesso da venda coberta de opções está *diretamente* ligado à direção do mercado. É aquela famosa afirmação de que, para vencer lançando opções, é preciso de uma mercado de baixa. E que no mercado de alta seria a hora de parar com esta operação.

Depende.
Acho isso é uma equívoco. Pensando desta forma, o operador que utiliza a estratégia de venda coberta OTM com intuito de remunerar sua carteira simplesmente irá parar de fazer tal operação em mercados altistas.

Porém, percebam que a questão não é a direção do mercado e sim o operador e seu método.

No mercado de baixa, temos sim a sensação de maior facilidade para ganhar as vendas, já que algumas vezes conseguimos zerar a venda rapidamente, em menor tempo do que esperamos.

Mas não é algo definitivo: "vender OTM só na baixa".
Há de se notar que em mercados baixistas, a volatilidade aumenta e esta sim é a pior inimiga do lançador. Se o operador não buscar lastro, bastará um dia de alta forte para que ele comece a 'passar calor' e acabar zerando (talvez no prejuízo) uma venda que tinha tudo para ser terminada no lucro.

O problema do operador que se baseia na direção do mercado para vender VE é que ele passa a 'seguir a tendencia de baixa' e começa a aceitar lastros MENORES e acaba sendo 'violinado' facilmente.

Pior, ele segue tanto a tendencia, que se o mercado reverter e ele entrar numa de "é só um repiquezinho" e não acionar seu stop, acaba sendo exercido resultando numa venda de suas ações no fundo.

Outra coisa ruim que vejo nos operadores que se preocupam com a direção do mercado em vez do seu método e na constante melhoria do seu jeito de operar é que ele acaba parando de fazer a venda coberta em mercados de alta. Isso faz com que ele perca a oportunidade de ter um plus na remuneração da carteira.

Por isso na minha opinião, avaliar a relação "lastro x tempo x tamanho do VE" mais importante do que a direção do mercado. Isso para quem quer ser vencedor no LP com VC OTM.

Nesta relação, particularmente, dou um peso levemente maior para o LASTRO. Pois é ele quem me protegerá das altas volatilidades em mercados baixistas e me manterá calmo nos tempos de alta.

Ainda que eu fosse dar alguma atenção para o fato do mercado estar de alta, quando fosse o caso, eu olharia de modo mais distante, dando aquele zoom afastado.

Ou seja, tomemos como exemplo a VALE5:

Olhando um gráfico mensal dela (só para ter noção da variação, não é para utilizar para fazer VC), podemos notar que este ativo poquíssimas vezes subiu mais de 12% desde a abertura até ao fechamento de qualquer mês. Mesmo em períodos de altas como os anos de 2007 ou 2009, por exemplo.


É um estudo empírico, não estou olhando para a volatilidade naqueles meses, nem pesquisando o tamanho dos VEs em cada vencimento. Mas consigo perceber que um vendedor coberto que lançou opções OTM buscando lastros de, digamos, uns 10%, foi vencedor na soma das operações de todo o período já que teve que stopar no prejuízo.

E nem estou considerando que a venda não é obrigatoriamente feita na abertura do mês.

Portanto, passar calor em algumas vendas é normal, mas não significa que será stopado no prejuízo.
Se for stopado, normal também.
Importante é que não tome um stop tão grande que devolva o trabalho de meses de venda, às vezes anos.

Esqueça a tendencia.
Esqueça as cotações.
Siga seu método.
Se o método usado for levando em conta 'lastro x tempo x tamanho do VE',
suas chances de sucesso no LP serão enormes!

Boa remuneração de carteira pra todos !

domingo, 26 de agosto de 2012

Monotonia e Tranquilidade ao Investir

Se há uma coisa interessante ao investir, é a monotonia. Essa palavra não se aplica bem à nossa vida, ninguém (ou a maioria das pessoas) gosta de ter uma vida monótona. Como é bom passear, viajar, e fazer coisas animadas.

Entretanto, quando o assunto é investimento, a monotonia é uma aliada que ajuda a trazer tranquilidade. Ao investir, procure diversificar em produtos e modalidades que lhe tragam tranquilidade.

Isso pode ser conseguido tanto na renda fixa quanto na renda variável. Na fixa, em vez de perder tempo caçando o fundo que deu melhores resultados nos últimos anos, ou procurando achar um banco pequeno que pague uma taxa maior num CDB, é muito mais tranquilo buscar produtos que mesmo com um retorno um pouco melhor, lhe dê uma segurança.

Neste caso eu citaria a poupança para o curto prazo (até 2 anos) e os títulos públicos para médio e longo prazo, diversificados em diferentes vencimentos e diferentes classes (LFTs, LTNs e NTNBs). Monótonos e tranquilos.

Falando em renda variável, muitos que não conhecem pensam que não existe tranquilidade nesta modalidade. Para estes, sugiro que pesquisem a evolução de empresas que mantiveram seus lucros constantes durante os anos. Certeza de vitória não existe, mas em dois séculos, foi este tipo de empresa que aumentou seu patrimônio líquido e consequentemente o patrimônio de seus sócios.

Se você entra de sócio em empresas que têm mantido seus lucros regulares e crescentes, no longo prazo seu patrimônio irá aumentar. Some a isso, pequenos aportes mensais durante o período e esqueça os movimentos e notícias no curto prazo. Deixe lado o que o mercado está fazendo no dia-a-dia e importe-se apenas com os balanços anuais de suas empresas.

Desta forma, você irá provar a monotonia da bolsa, saber o que é ser sócio de empresas sem viver preocupado, e claro, encontrando a tranquilidade.

Resumindo, diversifique em diferentes produtos que lhe tragam tranquilidade. Esqueça especulações loucas em ações de empresas que não dão lucro e esqueça produtos de renda fixa que prometem resultados mirabolantes, mas que na verdade tem resultados corroídos por taxas e afins.

Emoções? Deixe para buscar em outros lugares. Ao investir, prefira a monotonia. Ela poderá lhe trazer a tranquilidade.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Operar opções NÃO é operar movimentos direcionais


Esse final de semana vi algumas pessoas muito temerosas com travas de alta montadas na sexta-feira em Petrobras, pelo simples fato que a empresa divulgou resultado negativo do lucro líquido.

O medo do pessoal, era que o papel fosse despencar nesta segunda, e tais travas dariam prejuízos para muitos.

Pois bem, é preciso repetir mais uma vez:
'Operar opções NÃO é operar movimentos direcionais'

Antes disso: não há certeza na bolsa. Quanto mais certeza que você possa ter em relação a uma queda ou uma alta, mais você acabará perdendo.

Voltando ao VE, um belo exemplo é a trava de alta +PETRH18 / -PETRH19, esta trava chegou a custar 0,67 centavos para ser montada na quinta-feira (02/08), com spread máximo de 0,83 cents.

A despeito de resultado trimestral, cair ou subir, o que importa é que a operação (para quem montou) segue tranquila, com spread fechando hoje a 0,76 cents.

Não estou discutindo se valia à pena fazer a montagem.
Estou apenas tomando isso como exemplo para aqueles que insistem em operar opções usando movimentos da ação.

E se tudo desse errado?
E se a petrobras realmente despencasse para 16, 15..10 reais?

Nada para se emocionar, bastava o operador montar sua trava com custo que ele aguentasse perder tudo e pronto.

Exemplo: Se custava 0,70 cents para montar e perder 700 reais não o abalaria, faria com 1.000 opções e pronto.
Se fosse metade disso, 350... usava 500 opções...
E por aí vai...

Até chegar a risco mínimo que a pessoa queria correr: ZERO reais
Para isso, montava com ZERO opções, isto é, não montava a operação.

Simples assim.

Pare de tentar prever o futuro
Mesmo que "tudo indique" alguma coisa.

Carlos Magno

sábado, 21 de julho de 2012

Já leu o manual ?

imagem: Funlobby
É muito comum comprarmos um aparelho eletrônico e nem lermos o manual de instruções antes de ligar tal aparelho. Afinal, a ansiedade de usar logo o "brinquedo" novo é muito maior até do que a preocupação de usá-lo erradamente.

Com muita gente acontece o mesmo nos investimentos. Principalmente na bolsa. O iniciante fica tão eufórico por comprar suas primeiras ações que não procura saber as regras que envolvem a negociação e todo o operacional.

Um exemplo, já vi esta pergunta mais de uma vez pela internet:

"Quero vender umas ações que tenho, até que horas posso fazer isso? Que horas fecha a bolsa?"

Se a pessoa não se deu ao trabalho de ir no site da BMF&Bovespa para sequer verificar o horário que o pregão funciona, não é difícil imaginar que a mesma pessoa nunca procurou saber se existe tributação do imposto de renda ou quaisquer outras informações em relação à renda variável.

Portanto, seja lá qual for o estágio que você esteja em relação à bolsa, tenha certeza que já leu pelo menos 3 itens:

1 - Procedimentos operacionais do mercado de ações - fala sobre funcionamento das ordens de compra e venda, funcionamento dos mercados (à vista, opções, day trade, etc).
Clique aqui

2 - Lei 11.033 - tributação no mercado financeiro e de capitais - Informação importantíssima para ser usada não só durante o período de declaração e entrega de imposto de renda já que somos obrigados a pagar IR sobre lucros o ANO TODO.
Clique aqui

* Existe um ótimo resumo sobre tributação no portal Bastter.com neste link.

3 - Lei das S.A. - a lei 6.404 define as características de uma Companhia ou Sociedade Anônima, dispõe sobre a participação dos acionistas, dividendos, etc. Todo sócio de empresas listadas na bolsa deveria ler esta lei ao menos uma vez na vida..
Clique aqui

No mais, estudar é preciso. Como costumo dizer, para ser sócio de empresas ou para fazer algumas negociações buscando ganhos na variação dos preços (trades) não é necessário ser nenhum PhD, mas a procura por informação e por conhecimento deve ser constante.

Assim, convido a participarem do grupo que criei dentro do portal Bastter.com, denominado Espaço do Novato. Para conhecer, clique aqui.

Antes de "brincar", leia o manual de instruções !

sábado, 30 de junho de 2012

Programação dos Chats Atualizada!


Atualização em 19/07/2013

Assuntos variados sobre investimentos:

- Ações e Opções com Bastter

- Opções básico e Reversão Coberta com Predador

- Bolsa em geral e Venda Coberta para iniciantes com Carlos Magno

- Swing Trade usando Análise técnica com Fernando Góes

- Análise Técnica com Alan Vianna

- Renda Fixa com Depiné

- Buy and Hold e opções com Palau


Participe ao vivo através do endereço www.bastter.com/Mercado/Live.aspx

Reprises no mesmo endereço.

Compartilhe!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Investidor Genérico

Já falei uma vez no facebook, sou um Investidor Genérico Sem Rótulo!

Há uma ideia colocada por algumas pessoas de que você tem que escolher entre ser fundamentalista ou grafista, e só assim você poderia ter sucesso na bolsa. Outros ainda dizem que se você não puder ser um dos dois, então você tem que virar especialista em renda fixa ou em imóveis e só assim você poderia investir em alguma coisa.

Felizmente não é assim. Não faz o menor sentido alguém tomar para si algum rótulo ao investir. Dizer que é um fundamentalista, ou dizer que é um grafista, etc. Você pode usar uma ferramenta e não usar outra, mas isso não significa que deverá se considerar dentro de uma categoria, já que a qualquer momento que desejar poderá usar ambas, bem como investir em tudo que tiver vontade de aprender.

Certamente não é preciso explicar aqui que fundamentalistas olham dados das empresas e grafistas olham para os gráficos dos preços. Mas é importante salientar que você pode ser as duas coisas. É importante que as pessoas tenham noção de que fundamentos e gráficos não se comparam, são apenas diferentes e usados para coisas diferentes:

sábado, 16 de junho de 2012

Chat Ao Vivo na Bastter.com

Programação Chat ao Vivo Bastter.comCom muito orgulho que informo que estou fazendo parte do quadro de colaboradores do portal bastter.com e que à partir de Terça-feira, 19/06/2012 farei o Chat ao Vivo sobre Bolsa e Venda Coberta para Iniciantes.

Para participar do Chat, é só ir no endereço abaixo às 21hs!
http://www.bastter.com/Mercado/Live.aspx

O método de venda coberta, utiliza os Marcadores Bastter e o VC Blue.

Para conhecer o VC Blue assista este video: Nunca foi tão fácil fazer Venda Coberta

Os marcadores criados por Mauricio Hissa, O Bastter, são usados para operar opções de forma simples e com eficiência.

Abaixo, os marcadores usados para a venda coberta. É importante lembrar que todos os direitos são reservados.

Todas essas fórmulas não precisam ser decoradas. O VC Blue calcula tudo para nós. Outras ferramentas do site como o quadro de opções e a planilha online também calculam tais marcadores.

As fórmulas abaixo são apenas para que o usuário entenda a essência:

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Esqueça Rolagem

Quem começa a fazer venda coberta de opção sem um método definido, sem um plano, acaba inventando uma forma de tentar se safar do prejuízo em vez de assumi-lo e stopar a venda.

O nome que deram para isso foi "rolagem". 

Isto é, o cara vende uma opção por 0,40 cents. Aí ela vai a 1,20. Em vez de ele zerar e assumir o prejuízo e analisar onde errou para não fazer o mesmo na próxima venda, ele recompra e imediatamente já vende outra opção da série seguinte, por uns 1,50.

Ele acha que está no lucro:

sábado, 26 de maio de 2012

Um Guia para Investir

Em breve, uma entrevista com Cristian Tetzner, autor do mais novo guia sobre investimentos publicado no Brasil. Aguarde!
Enquanto isso, conheça o livro:


Os Segredos de um Investidor de Sucesso
Cristian Tetzner

300 páginas de Ações, FII´s, Hedge, TradeSystem, Gestão de Carteira e muito mais!
http://www.bookess.com/read/12523-os-segredos-de-um-investidor-de-sucesso/A cada novo dia, mais e mais pessoas iniciam sua aventura rumo à independência financeira, utilizando a renda variável sem o preparo adequado. 

Essa falta de preparo conduzirá a maioria para fora do jogo, sem grande espanto, antes mesmo de terem conhecido uma breve prosperidade.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O Caso Facebook


Muito tem se falado sobre a queda das cotações do Facebook.inc (NASDAQ:FB) logo depois de ter aberto capital. O famoso IPO (oferta pública de ações) do Facebook, acabou virando motivo de piada para muitos, já que suas ações foram vendidas inicialmente acima dos 40 dólares e hoje fecharam a 33,03.

Já saiu até notícia de que investidores estariam querendo abrir processo por se sentirem enganados.

Vamos ao que interessa, seja Facebook, ou qualquer outra empresa:

NÃO vale à pena entrar em IPOs:

1 - Se você não entrar no IPO, isso não te impedirá de comprar a ação em qualquer outro dia. Pra que sair correndo na frente, isso não é uma maratona.

domingo, 20 de maio de 2012

Deixe a Política Fora da Bolsa

Costumo dizer que:
- Empresas boas sobrevivem à qualquer governo
- Empresas ruins quebram em qualquer governo

Ou seja, quando você decide ser sócio de uma empresa, o que importa mesmo são os resultados dela. Perder tempo criticando a competência (ou a falta dela) de gerenciar uma empresa não irá deixa-lo mais rico. O que irá aumentar seu patrimônio é ser sócio de empresa que dá lucro.

Se uma empresa tem gerência direta do governo e você detesta isso, simplesmente não seja sócio. Mas leve em conta o fato que a grande maioria das empresas grandes tem alguma participação direta ou indireta do governo, seja através de fundos de pensão, ou do BNDES, etc. Se pesquisar a fundo, olhar a composição societária, é bem capaz de você ter que investir apenas em small caps se quiser evitar totalmente qualquer participação pública.

sábado, 12 de maio de 2012

Dados Isolados Não Importam

Quando um investidor decide formar uma carteira de longo prazo, ele tem em mãos diferentes dados para fazer suas análises e verificar se as empresas que ele deseja ser sócio realmente devem entrar para o seu portfolio.
Alguns dos dados mais comentados tanto por iniciantes quanto por profissionais são preço atual da ação, receita da empresa, a relação preço/lucro, o valor patrimonial por ação e a taxa de distribuição de dividendos.
Todos esses e outros, geralmente são interpretados de forma errada. 

Existem investidores que olham para uma empresa que tem uma receita gigantesca e já acham que é lucro certo porque ela vende muito, outros acreditam que somente ter altos dividendos bastam para que a empresa seja a ideal. Há os que olham apenas para o famoso P/L, determinam um valor e pronto: "com P/L abaixo de 10 eu entro forte".

Infelizmente não é tão simples assim, dados isolados não importam para a análise. Os dados acima, por exemplo, quando analisados isoladamente podem até levar o investidor a escolher empresas ruins:

- Preço:
O preço sozinho não quer dizer nada, só porque determinada empresa custava 12 reais há 3 anos atrás, não significa que por estar custando 4 reais agora, é hora de comprar. Nesses 3 anos tudo pode ter acontecido, a empresa pode ter duplicado suas dívidas, pode estar dando prejuízo. Se olhar apenas o preço da ação negociado atualmente, correrá o risco de comprar lixo.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Quando o Gap Te Pega

Em outro post falamos sobre o erro de pensar que somente o stop serve como controle de risco. O stop é apenas a primeira linha de defesa do seu trade, mas ele não é a segurança definitva e dessa forma ele sozinho não significa controle de risco, é apenas uma parte.

Lembrei de um bom exemplo que mostra isso. Veja no gráfico abaixo, no período diário, o que um gap na OGXP3 fez com os investidores.

Na sexta-feira, 15/04/2011, depois de 3 dias de queda e um dia na leve indecisão, OGXP3 faz uma sinalização que parecia uma reversão, fechando praticamente na máxima do dia em 19,65.

Qualquer investidor que decidisse tentar um ganho na ponta compradora, certamente deixaria o stop um pouco abaixo de 18,52 onde o ativo mostrava ter um suporte interessante. Independente da análise se era mesmo ponto de compra ou não, vamos nos preocupar com a questão do controle de risco.

Dos tais 19,65 aos 18,50 (onde poderia ser colocado um stop), teoricamente a perda máxima seria os R$1,15 de diferença. O trader que afirmasse que R$ 1.200,00 seria uma perda que ele "aguentava", ou seja, o máximo de dinheiro que ele aceitava arriscar, ele compraria 1.000 ações e ficaria tranquilo.

Aí é que está o erro. Existe um mantra de que basta fazer esse tipo de cálculo para definir o número máximo de papéis de acordo com o tamanho do stop, que o operador pode ficar tranquilo. Isso é um  tipo de otimismo, pois dá a ideia de que o trader SABE o que VAI acontecer (mas não sabe).

OGXP3 diário - dez/10 a jun/11


O ponto de stop é o ponto onde você tem INTENÇÃO de sair para assumir o maior prejuízo que aceita. Mas, entre INTENÇÃO e o que ocorrerá de fato, há uma enorme diferença. Pois bem, neste exemplo, OGX abre na segunda-feira 18/04/2011 com gap de 16,04% a  R$3,15 abaixo do preço de fechamento, e aquele trader que imaginava perder no máximo R1.130,00 se tudo desse errado [fosse stopado (!!)] se vê com ativo abrindo extremamente vermelho num prejuízo de R$3.150,00 quase 3 vezes o que ele "aguentava" perder, e que provavelmente perdeu, pois numa abertura dessas, a maioria das pessoas tenderá a zerar logo a posição antes que caia mais ainda.

Não acontece todo dia, mas quem opera sabe que gaps são comuns. Um gap desses é um pouco mais raro, mas não o quanto possa ser classificado como um cisne negro. Como se proteger? Controlando o risco é a resposta, e esse controle não se dá apenas pelo tamanho do stop.

Levando ao extremo, o controle poderia ser dado pelo máximo de perda da ação, isto é, ela ir a 0,01 centavo e com isso o trade teria que ser feito com menos de 100 açoes. Concordo que a possibilidade seria ainda mais remota...

Vamos olhar o gráfico novamente: notem que lá embaixo tem um fundo com mínima em 15,92. O trader poderia não querer controlar o risco de ir a 0,01 por ser algo exagerado, mas poderia fazer a pergunta "e se acontece um enorme gap e o ativo busca aquele fundo?". A resposta definiria um controle de risco nada exagerado porém com boa proteção. Essa distância (19,65 - 15,92) de R$3,73 seria um bom número para definir quantas ações comprar para arriscar no máximo os tais R$ 1.200,00.

A decisão ficaria de comprar 300 ações, ainda que o stop setado está lá em cima em 18,52. E, nesse caso com o gap da segunda-feira, o trader não ficaria tão desesperado e mesmo zerando a posição perderia 1/3 do que a manada que calculou baseado naqueles R1,13 lá de cima.

E nem vamos comentar o que aconteceu com quem estava alavancado nesse dia...

Só o stop sozinho NÃO é controle de risco, só ele nem sempre salva.

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Cerveja dá Lucro

É sempre bom ver grandes empresas evoluirem, é bom para o país e principalmente para os acionistas. Não há mágica, se uma empresa dá lucros crescentes ano após ano e está tudo bem com sua saúde financeira, no longo prazo é natural que suas ações valorizem. Hoje, as cotações das ações preferenciais da Cia De Bebidas das Americas, mas conhecida como Ambev, atingiu os R$80,00. Nenhuma novidade para uma empresa com a evolução de lucros mostrada abaixo.

fonte: dados coletados em www.bmfbovespa.com.br

Desta forma, o que se vê com suas ações neste período é o mostrado abaixo:


Como sempre, não estamos fazendo qualquer recomendação de compra ou venda. Este post mostra como é possível aumentar seu patrimônio em renda variável se estiver posicionado em boas empresas que possuem bons dados financeiros. Lembrando que, para conseguir ter essa evolução, o investidor precisa reinvestir todos os proventos pagos, como juros sobre capital próprio e dividendos, na empresa.

Detalhes financeiros sobre a empresa deste post devem ser verificados na sua área de RI e no site da BM&F Bovespa nos links abaixo:

sábado, 24 de março de 2012

Nas Paradas do Sucesso

As músicas mais pedidas e tocadas pelas rádios são as que dizemos estar "nas paradas do sucesso". Quando comecei a me envolver com o mercado financeiro, lia em várias mídias que o importante para um iniciante era investir primeiro em empresas que estivessem 'nas paradas do sucesso'. Isto é, empresas muito acompanhadas por analistas e, portanto mais fáceis de se conseguir informações sobre as mesmas. Geralmente, são empresas grandes, o que leva a um iniciante achar que essa é uma boa estratégia para reduzir riscos.

Outro motivo que leva um iniciante a monitorar apenas "as famosas" é a idéia de que "se está (quase) todo mundo investindo nelas, porque vou me meter em algo diferente?", incorrendo no erro de tentar se proteger seguindo a grande massa.

Realmente existem um grupo de empresas que estão constantemente sob os holofotes da mídia, seja pelo fato de terem o governo como principal controlador como Banco do Brasil, Petrobras, etc, seja pelo fato de serem referência em suas áreas como Vale, CSN, Eletropaulo, etc, ou até pelo fato de serem grandes promessas como OGX. Ainda há um grupo de empresas que também são muito comentadas pelo fato de suas ações terem um valor nominal bem pequeno, na casa dos centavos como Vanguarda Agro, Laep, Agrenco e outras.

Porém, quando ficamos focados só no que a maioria acompanha, corremos o risco de perder belas oportunidades. Um bom exemplo disso é a atenção que se dá a empresa OGX. Os investidores que não abriram seus olhos para uma gama de opções na bolsa, perdeu boas entradas em outras empresas. Vamos observar gráficos de 2 anos, prazo interessante para quem gosta de montar uma posição e depois realizar o lucro sem se preocupar com variações de alguns dias ou mesmo de algumas semanas.

OGX - depois de 2 anos as cotações ficaram no 0x0

Desde 23/03/2010, chegou a fazer um movimento de 40% de alta até outubro do mesmo ano. Depois disso, a cotação despencou os mesmos 60% até a mínima de agosto de 2011. Ainda que um trader de curto prazo, tivesse pego boa parte desses dois movimentos, olhe os gráficos abaixo de empresas que não costumam estar nos holofotes:

Marcopolo: +170%


Hering: +330%

Le Lis Branc: +430%

Nada contra ou à favor de qualquer empresa. O importante é o pequeno investidor notar que a despeito de tanta informação, comentários e preocupações sobre algumas empresas, existem algumas outras evoluindo muito bem na bolsa, refletindo a realidade de seus fundamentos financeiros em suas ações.

Portanto, é interessante que aqueles que se preocupam excessivamente se a OGX vai dar certo, se a China vai atrapalhar a Vale ou se a Petrobras vai realizar totalmente o projeto pre-sal, e ficam travando batalhas em fóruns, deixando comentários em todos os sites de economia e fazendo projeções mirabolantes para provar que estão certos, seria muito mais proveitoso procurar pelos "tesouros escondidos". 

Saia do lugar comum e faça diferente. Estude, pesquise, tenha sucesso!

sábado, 17 de março de 2012

BRICSMART - Operando Índice Futuro dos BRICS

Agora será possível negociar índice futuro de Rússia, Índia, China e África do Sul através do BRICSMART.

Os cinco membros fundadores da Aliança das Bolsas dos BRICS (os quatro citados acima juntamente com o Brasil) vão oferecer, a partir de 30/03/2012, sexta-feira, a listagem cruzada de derivativos dos seus principais índices de ações, por meio das respectivas plataformas de negociação.

A medida foi anunciada nesta terça-feira, 13/03, durante a 37ª Conferência da FIA (Futures Industry Association), em Boca Raton, Estados Unidos.

Os derivativos que terão listagem cruzada, a serem oferecidos em moeda local durante os respectivos horários de negociação incluem:

  • Futuro de Ibovespa, do Brasil;
  • Futuro do Índice MICEX, da Rússia;
  • Futuro do Índice SENSEX, da Índia;
  • Futuros do Índice Hang Seng, de Hong Kong, e do Índice Hang Seng China Enterprises; e
  • Futuro do Índice FTSE/JSE Top40, da África do Sul.

Leia a notícia completa no site da BM&F Bovespa.

Clique aqui para baixar o PDF com a especificação dos contratos e aqui para obter o PDF que descreve o programa.

Atualização 30/03/2012: BM&F Bovespa inclui os novos contratos no quadro de derivativos, clique aqui.

Sendo sócio: O que realmente interessa?

A despeito do que a maioria prega, acredito que o pequeno investidor não deve dar tanta importância para política, macroeconomia, etc, quando deseja investir em empresas. Motivo? Simples, o primeiro objetivo de uma empresa é dar lucro, independente de qual partido político está no poder, da conjuntura econômica atual, etc. Isto é, o que importa é o desempenho dela, seu lucro líquido, sua rentabilidade, o controle de suas dívidas, etc, dados os quais, observamos ao sair o balanço anual.

Devemos esquecer o lero-lero do tipo "e se governador tal ganhar a eleição?", "e se o novo presidente do Banco Central for Fulano?", "e se o governo americano liberar ajuda financeira para a Europa". Todos esses "e se's" são pura perda de tempo.

Se uma empresa de sua carteira começa a apresentar dados ruins, provavelmente você decidirá deixar de ser sócio ou no mínimo irá parar de aportar dinheiro nela por um tempo. Pronto, sendo este o plano, de que importa se 'Dubai está em maus lençois'? (aliá, quem se lembra o quanto se falou de Dubai há um tempo atrás e hoje em dia nem lembram que existe). O que importa é "minha empresa aumentou muito sua dívida", "e essa queda no lucro líquido, foi algo pontual?", "a diretoria financeira está fazendo operações alavancadas em excesso?". Pequeno investidor deve deixar os estudos macroeconômicos, as projeções, as considerações políticas para os especialistas.

Se desejamos prosperar na renda variável, devemos fazer o simples. Elencar os dados que consideremos mais importantes e monitora-los ao longo dos anos. Se você abre uma pequena mercearia, irá se preocupar caso as vendas caiam, irá dar atenção se o lucro sobe com o passar dos anos e cuidará para que as dívidas não fiquem além do necessário para se fazer investimentos com objetivo de ampliar o negócio.

Certamente, alguns vão dizer: mas bolsa não é uma mercearia. E não é mesmo, é melhor, pois na bolsa podemos diluir o risco investindo em empresas diferentes, de setores diferentes. Levemos em conta que, antes de uma grande empresa quebrar, normalmente isso não acontecerá de um dia para o outro, pois primeiro ela começará a deixar de ser boa, mostrando lucros menores, vendas em queda, etc.

E, ainda que uma empresa de fato quebre de um dia para o outro, você não vai a falência porque aquela empresa era apenas uma parte de seu patrimônio, desde que você se beneficie de um das vantagens da bolsa que é a possibilidade de diversificar os negócios os quais você investe com o capital que quiser. Matemática simples: por exemplo, dividindo todo o seu dinheiro em partes iguais em 10 grandes empresas, caso uma delas quebre, você perderá apenas 10% do montante.

E então, precisamos mesmo ficar lendo todos os dias o que os governantes da Europa estão fazendo? Será mesmo necessário se preocupar tanto com as resoluções do Banco Central dos Estados Unidos?

Para mim, o que realmente interessa é medir a saúde das minhas empresas, o resto é o resto...

domingo, 4 de março de 2012

Vender pra que?

Uma das questões clássicas de muitos investidores em renda variável, é quando vender suas empresas. Ou seja, uma pessoa compra um bom número de ações de um empresa, esta se mostra boa durante o tempo e seus fundamentos melhoram, consequentemente as cotações sobem, o investidor vê o capital crescer e se sente obrigado a vender para realizar lucro.

O fato é que não há qualquer obrigação do investidor vender tal empresa já que ela ainda é boa. O que devemos observar é que patrimônio não se vende, se acumula. Quando você decide montar uma carteira com boas empresas não há nenhuma razão em se desfazer dela, mesmo depois de anos, caso essas empresas continuem sendo boas.

O que chamamos de empresa boa é aquela que dá lucros ano após ano, possui dívida equilibrada, aumenta o patrimônio, a receita e possui margem líquida que dê uma proteção nos anos que a receita cai (geralmente anos de crise).

Tomemos como exemplo uma carteira composta por apenas 3 empresas bem conhecidas, Petrobras, Vale e Banco do Brasil. Imagine um investidor que no primeiro trimestre do ano 2000, exatamente há 12 anos (que nem é tanto tempo assim) montou uma posição de 30 mil reais, sendo divididos igualmente nas 3 empresas ficando desta forma (considerando as  cotações daquele período, descontada a inflação, dividendos e JCP).

Considerando a média do custo dos papéis no meses de janeiro, fevereiro e março de 2000:


- Vale = R$ 3,00 resultando 3.330 mil ações.
- Petrobras = R$ 4,00 resultando 2500 ações
- Banco do Brasil = R$ 2,30 resultando 4340 ações

Obviamente, para manter o crescimento da carteira os proventos devem ser reinvestidos. Para aumentar o tamanho dela recomenda-se que sejam feitos aportes os quais se forem mensais e regulares se tornam vantajosos por trazer menos preocupação se a bolsa está em alta ou está em baixa, fazendo com que o investidor não precise se preocupar com 'timing' de mercado.

Ainda que não tenha sido feito qualquer aporte além do reinvestimento em dividendos, o ganho de capital neste período seria excelente. Se tal investidor começou seu plano com 30 anos de idade, hoje aos 42 anos ele estaria com o seguinte patrimônio em ações, baseado nas cotações do último pregão (02/03/2012):

- Vale: 3300 ações x 43,21 =  R$ 142.593,00
- Petrobras: 2500 ações x 25,27 = R$ 63.175,00
- Banco do Brasil: 4340 ações x 28,60 = R$ 124.124,00

Total = R$ 329.892,00

Este valor só é importante quando o investidor decidir começar a usufluir dos frutos da aplicação, ou seja, em vez de reaplicar os dividendos ele passa a resgata-los e usar como parte de sua renda ou até mesmo como toda sua renda. Todos esses números mostram o poder dos juros compostos no longo prazo. Nesses 12 anos o patrimônio aumentou 11 vezes, poderia ter sido um pouco menos, ou ter sido mais, tudo dependerá de como foi gerenciada esta carteira.

Na verdade poderia ter sido bem maior essa evolução, se contarmos com os aportes para aumento de posição e, talvez se o investidor decidir, some-se a remuneração de carteira através da venda coberta de opções. Dois milhões de reais não seria nenhum exagero.

Portanto, considerando um retorno de dividendos por volta de 5% ao ano, o que para uma carteira de dois milhões de reais resultaria em 100.000 reais, que diluídos no ano resultam em R$8.300,00 por mês. Um belo complemento à aposentadoria.

Abrir a cabeça para o investimento em renda variável, entender o buy and hold, o crescimento do patrimônio através das ações, a remuneração do capital e, finalmente, o recebimento de proventos sobre seus papéis, pode significar uma mudança enorme no seu futuro.

É preciso esquecer essa toda essa balela dita por aí de que para começar é preciso muito dinheiro, parar com as comparações com a renda fixa e parar de achar que patrimônio deve ser vendido. Muita gente entende a compra de alguns apartamentos, o recebimento de aluguéis e posteriormente o fato desses apartamentos serem herança para os filhos. Com as ações é a mesma coisa, você vai comprando, acumulando, até que chega um ponto onde você recebe os frutos e depois deixa essas ações para os filhos como herança.

A única preocupação que se deve ter é a saúde das empresas no longo prazo: deixou de ser boa, vende as ações e compra de outra empresa ou dilui nas outras que já tem em carteira. Do mesmo jeito que um apartamento pode deixar de ser bom porque a rua ou o bairro se tornou violento ou algum outro problema surgiu. Vende o apartamento e compra outro em outro lugar.

Se a decisão pessoal for comprar ações para esperar a valorização e depois disso realizar o lucro, fazendo então um trade (não importa o tempo, seja 1 dia ou 1 década), entende-se perfeitamente a venda dos papéis. Fora isso, se a ideia era ser sócio de determinadas empresas para formar patrimônio, fica a pergunta para refletir: vai vender suas ações pra que??

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Perdendo Muito? Que Tal Um Psicólogo

Um investidor em renda variável que passa por momentos ruins por longos períodos, perdendo mais do que ganhando, tanto nos seus trades de curto prazo, quanto na seleção de suas ações de longo prazo, talvez possa estar precisando da ajuda de um psicólogo no lugar de um analistas de ações (seja grafista ou fundamentalista), para investir melhor. Isso mesmo, o problema pode ser psicológico.

O estudo de finanças comportamentais foi desenvolvido baseando-se nos fatores psicológicos relacionados aos investimentos. O tema central é a investigação de possíveis interferências de fatores comportamentais e psicológicos nos movimentos dos investidores

Não raro é aquela certeza de que tal ação ou índice irá subir ou cair no outro dia, e quando o movimento é totalmente contrário ao que se espera, alguém diz a famosa frase: "isso não faz sentido, tem algo estranho".



Bem como também não é raro um investidor acertar um movimento e se gabar achando que é o mestre da bolsa, porém quando erra, põe a culpa no mercado, nos investidores estrangeiros, na política, na fase da lua...

Existem duas teses da psicologia que qualquer investidor deveria conhecer:

Teoria da Atribuição - que fala sobre as maneiras pelas quais as pessoas explicam (ou atribuem) as causas dos eventos. Quando aplicada aos investimentos pode explicar porque alguns investidores dão crédito a si mesmos quando saem no lucro nas transações, mas quando perdem colocam a culpa em quaisquer outros fatores externos. O problema é que, se o investidor não for equilibrado irá ter confiança em excesso quando acerta e ficará desmotivado quando erra, reduzindo sua auto-estima. De uma forma ou de outra, suas próximas decisões nos próximos negócios, poderão ser afetadas.

Dissonância Cognitiva - predisposição para ignorarmos o que vai contra nossa opinião. Isto é, o investidor tem a "certeza" que a cotação de determinada ação vai subir nos próximos dias. Ele fez diversas análises e se convenceu daquilo, logo depois surge um dado novo que prove que as análises não estão totalmente certas, porém ele está tão confiante que ignora tal dado novo. Em suma, a confiança excessiva faz com que ele fique cego para tudo à sua volta levando-o até mesmo a negar evidências por mais claras que elas sejam.

Acredito que essas duas teorias quando associadas podem causar um estrago nos negócios. Por isso é importante que o investidor perceba se ele apresenta alguma dessas características e mude.

Sendo assim:

  • Mantenha-se frio, seja nas vitórias, seja nas derrotas. 
  • Não coloque a culpa em fatores externos, o único responsável pelas suas operações é você.
  • Quando acertar, não ache que não precisa mais estudar porque virou mestre. Considere o fato que você pode ter feito uma estratégia ruim que daquela vez, deu certo, mas se repetida no longo prazo te levará à falência

Desta forma, quem não consegue lucros consistentes e regulares na bolsa, ainda que seja um bom analista técnico ou fundamentalista (tanto faz), deve considerar procurar mais sobre o assunto finanças comportamentais e se quiser procurar ajuda profissional, pode ser que não seja de outro analista e sim de um psicólogo.

E você, é autoconfiante ao extremo? Coloca a culpa no mercado quando seus trades dão errado?

Comente.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Perguntas Indiscretas ou Sem Sentido

Existem perguntas no cotidiano que evitamos por algum motivo, tais questões geram desconforto ao serem respondidas. Por exemplo, muitas mulheres não gostam de revelar idade, desta forma não se pergunta isso sem um bom motivo. Assim como salário, uma pessoa precisa ter muita intimidade com outra para, de repente, perguntar quanto ela ganha.

No mercado acontece o mesmo, como investimentos tem a ver com dinheiro, e dinheiro cada um tem o seu, certos detalhes também são do interesse de cada um, veja:

 - Quais as empresas e outros investimentos você tem em carteira?

Acredito que a carteira de investimentos de uma pessoa é de interesse apenas dela. A partir do momento que você sabe quais as empresas ela é sócia, quais imóveis ela é dona e quais produtos de renda fixa ela possui, você conhecerá detalhes de uma parte importante da vida de qualquer um, suas finanças.

Caso alguém não se importe em detalhar tudo ou parte, cabe a ele decidir, então em uma conversa sobre investimentos, não pergunte isso, deixe que ele fale se quiser.

- Quantas ações da empresa tal você tem?

Essa pergunta ainda é pior. Mesmo que você não consiga evitar de perguntar qual empresa alguém possua, talvez por ser seu amigo. NUNCA pergunte quantas ações ele tem. É o mesmo que "quanto dinheiro você tem no banco?". A maioria das pessoas não se sente confortável falar sobre valores que possuem, então, para não ter que ouvir aquela sutil frase "tenho um dinheirinho qualquer" ou "tenho uma coisinha de reserva", é melhor não perguntar.

- A bolsa tá subindo ou tá caindo?

Clássica. Geralmente proferida por pessoas que não investem em renda variável, pois se investisse, mesmo que não olhasse todos os dias, teria uma noção se o momento do mercado é altista, baixista ou indefinido. Isso por si só é incorente:  se o questionador não investe em renda variável, qual o interesse de saber para que lado a bolsa tá indo?
Existe ainda outra ponto importante nesta pergunta, o que o questionador chama de bolsa? O índice? As 10 empresas mais negociadas? As empresas que o indagado possui? Mesmo que o indagado responda que a bolsa tá caindo, isso não diz nada, pois as empresas da carteira dele podem estar todas em alta e o resto do mercado em baixa... bem como, todas as ações que ele opera podem estar em baixa e ele está ganhando, pois está operando vendido (clique aqui para entender).
Particularmente, esta é uma pergunta que não faz muito sentido pra mim.

- E aí? Tá ganhando ou tá perdendo?

O pior desta pergunta nem é a indiscrição do questionador mas sim as dúvidas que ela pode gerar no indagado: "Será que ele quer saber isso porque ele tá torcendo para eu me dar mal?", ou "será que ele tá querendo pedir um dinheiro emprestado e só fará isso se eu disser que tô no lucro?", ou "será que se eu disser que estou perdendo ele vai sair por aí usando meu nome como exemplo do porque não entrar na bolsa?" ou "o contrário?".
Fora o fato que ganhar e perder andam lado a lado no mercado, afinal é renda variável e não renda fixa. Outro fator é que se o indagado usa a bolsa apenas para ser sócio de empresas e não faz trades, ganhos e perdas vão depender de desempenho das empresas, etc. Coisas que não daria para explicar com uma simples resposta

- Como assim você não conhece MERD S.A. ?

Assim como um funcionário de livraria não é obrigado a ter lido todos os livros que tem na loja e nem um profissional de informática é obrigado a ter usado todos os softwares que existem, um investidor não tem obrigação de conhecer todas as empresas listadas na bolsa. Portanto, é importante evitar o espanto quando alguém lhe disser que não conhece determinada empresa, qualquer que seja ela.

E você, lembra de mais alguma perguntinha indiscreta ou sem sentido? Comente !


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Caçadores de Micos

Novo ano começando, alguns dizem que é início de um novo ciclo, etc. Então, um texto para começar o ano mostrando como é a trajetória daqueles que entram na bolsa achando que vão ficar ricos de um dia para o outro sem saber o que estão fazendo.

Geralmente aqueles que investem desta forma acabam virando caçadores de micos que "vão bombar", acabam repetindo as grandes frases de sardinhas operando sem estratégia e consequentemente, sua sobrevivência no mercado não costuma chegar nem há 1 ano.


Abaixo a reprodução do post que resume a forma de investir daqueles que estão perdidos na bolsa. É de autoria do nosso amigo Bastter e foi publicado em seu perfil no facebook:

A Trajetória do sardinha deslumbrado na bolsa
1 - Não tem a mínima idéia do que seja bolsa ou renda variável e não tá afim de estudar afinal é esperto
2 - Resolve frequentar um fórum de bolsa
3 - Lá ta um histerismo que a ação MERD4 vai bombar
4 - MERD4 ta 0,13 e os analistas, gurus de fórum, etc estimam que vá no minimo a 2,30 em duas semanas
5 - Compra 1000 reais de MERD4

6 - Não planeja nada, não sabe o que ta fazendo, não sabe nem o que MERD4 produz, não tem plano, não tem alvo de lucro, não tem stop, não tem nada
7 - MERD4 vai a 0,23 e sai um boato que a APPLE vai comprar MERD4
8 - Coloca mais 10.000 reais em MERD4
9 - MERD4 vai a 0,55 e o Sardinha deslumbrado sem plano ta ganhando um dinheirão mas como só interessa ficar rico em um trade, ao invés de realizar o lucro ele coloca mais
10 - Vende a Casa, pega dinheiro emprestado, vende a mulher e os filhos e coloca tudo em Termos de MERD4
11 - MERD4 vai a 0,79 e Sardinha deslumbrado ta ganhando de montão mas ainda assim não realiza porque já largou o emprego para viver de MERD4 então tem de ganhar nesse trade para nunca mais trabalhar.
12 - Sai um boato que MERD4 vai entrar para o IBOV
13 - MERD4 cai para 0,65
14 - Não tem problema é apenas uma realização saudável
15 - MERD4 cai para 0,58 a ainda dá para sair no lucro mas como sardinha deslumbrada tava ganhando muito mais não vai sair agora
16 - MERD4 cai para 0,43 e ainda da para sair no zero a zero mas isso sardinha deslumbrada não quer e aliás ele não tem isso no planejamento, o único plano dele é ficar rico neste trade.
17 - MERD4 cai para 0,30 - Assim não pode, assim não dá, isso é manipulação dos Tubas! Mas a mim eles não vão pegar. A este preço eu não vendo! Depois vão comer na minha mão quando voltar a subir! Não sou otário de vender a estes preços.
18 - MERD4 cai a 0,25 e Sardinha deslumbrada não tem mais margem então a corretora zera os termos e todas as operações alavancadas sobrando só a parte comprada na ação.
19 - MERD4 cai a 0,17 mas não tem problema porque agora sou investidor e a empresa é muito boa.
20 - Sai uma notícia que MERD4 não produz nada há 18 anos, é apenas uma CNPJ e seus donos estão presos no Paquistão.
21 - MERD4 cai a 0,08.
22 - Sardinha deslumbrada diz, agora não vendo mais, vão morrer comigo!
23 - Sai uma noticia que MERD4 vai ser reestruturada, com nova direção e trabalhar em um novo segmento do mercado.
24 - Sardinha deslumbrada fica exultante com a notícia, o histerismo no fórum volta então ele resolve pegar sua ultima reserva e fazer PM
25 - MERD4 dá uma puxada até 0,30 e Sardinha Deslumbrada pode sair no lucro na ação mas quer recuperar o prejuízo dos termos então não sai, alem do mais com a reestruturação da empresa o céu é o limite!
26 - MERD4 cai para 0,22
27 - Tão derrubando para comprar mais barato. Os tubas só souberam agora da resstruturação então eles estão derrubando para comprar de montão mais barato e depois o papel vai disparar
28 - MERD4 cai para 0,15
29 - Começou a roubalheira de novo!
30 - Sardinha deslumbrada se junta com um grupo de amigos do fórum histérico e desenvolvem uma estratégia infalível para o papel subir que é convencer a todos a tirar as ordens de venda da pedra para ferrar com os Tubas.
31 - MERD4 cai a 0,07
32 - Agora sou Holder, nem olho mais a cotação!
33 - MERD4 vai a 0,03
34 - A CVM não vai fazer nada não????
35 - MERD4 vai a 0,02 de onde não sai nunca mais.
36 - Sai notícia que o Banco FUIMASNÃOVOLTEI vai aumentar sua participação na empresa
37 - CVM abre investigação sobre as operações com a empresa
38 - MERD4 está em um canal entre 0,02 e 0,03. Analistas Técnicos do Fórum Histérico traçam um FIBO que projeta o papel a 38 reais.
39 - Sardinha deslumbrado estuda alternativas para recuperar o prejuízo
40 - depois de muito pensar, decide pela melhor estrategia:

Recuperar o prejuízo que teve em MERD4, comprando BOST3

Agora Vai!
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Texto original: Mauricio Hissa (o Bastter).